O ópio do povo. (Yuri Quintela/ Rui Sampaio)
Templos e altares
erguidos em seu nome
Arrecadação monetária em
seus arredores
Falsos mensageiros da
palavra
Fingem se importar com a
fome
Mas há corrupção em cada
um de seus corredores
Enquanto nossa alma se lavra.
É fato que nos querem em
uma linha linear
É tão mais fácil de dizer
“é proibido” quando se quer alienar
Acaba-se por crer que
vale mais o discurso de valor
Tona-se insensato buscar,
questionar, se incomodar
O ópio do povo que não os
permite aceitar
Que no mundo da verdade
ninguém será o senhor.
Vocês decidem quem vai
para a fogueira, quem deve queimar
Quem devemos julgar,
condenar, deixar de auxiliar
Vocês decidem naquilo que
devemos acreditar
Outrora em quem
deveríamos obedecer, temer, respeitar
Vocês decidem o que
devemos ler, escrever, censurar
Outrora nos dizia quem
tinha alma e quem deveríamos amar.
Querem impor leis em cima
do "livre arbítrio"
Querem tributos de quem
não tem o que oferecer
Condenam o crime mas
usurpam sem pudor
Se houver mesmo "um
santíssimo Trio"
Saibam que todos vocês
irão perecer
E aguardo vosso
“julgamento” cheio de fervor.
(Esta é a nossa primeira poesia do projeto "procura-se poeta" em parceria com Yuri Quintela)
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