O GÊNERO HQ E OS SUPER-HERÓIS – DA “INFANTILIZAÇÃO” AO PENSAMENTO CRITICO.

Por muito tempo o gênero história em quadrinho tem sido uma leitura direta e atrativa para os jovens justamente pela sua composição de linguagem mista (verbal e não-verbal) e por ser uma leitura rápida e dinâmica. A HQ (como é popularmente conhecida) é um gênero que tem um enredo, traz elementos visuais e sua narrativa é contada em quadros.
Em suas primeiras décadas a história em quadrinho era um gênero de narrativa voltada ao humor, em inglês ela é originalmente chamada de “Comics” e que traduzimos por história em quadrinhos. A HQ é mais conhecida pelo seu humor e pelas histórias infantis que divertem crianças, mas ela pode ser direcionado para qualquer público específico, existem histórias em quadrinhos para maiores de 18, quadrinhos que contam uma história literária, que contam uma história de crítica social, quadrinhos didáticos e diversas outras finalidades, porém por ser composto essencialmente de linguagem não-verbal, ou seja, desenhos e símbolos, os quadrinhos acabam sendo estigmatizados pelo senso comum como “coisa de criança”.
A HQ ganhou espaço como gênero narrativo e passou a ser utilizada para contar diversos tipos de histórias e se tornou bastante importante para diversos artistas que a compõem aliando a arte do desenho ao teor literário dos escritores. Para Barbosa (2004, p.17) as histórias em quadrinhos “(...) passaram a ter um novo status, recebendo um pouco mais de atenção das elites intelectuais e passando a ser aceitas como um elemento de destaque do sistema global de comunicação e como forma de comunicação artística com características próprias”.
Durante anos os famosos quadrinhos de super-heróis têm tratado de diversos assuntos relacionados a sociedade, o que antes era apenas diversão de criança cada vez mais vem ganhando espaço com histórias que traz na sua narrativas mensagens subliminares, criticas sociais, religiosas e políticas, algumas estão explicitas, outras é necessário um olhar atento do leitor, exemplo disto é o grupo de super-heróis mutantes X-Men da Marvel, desde a sua criação eles sempre representaram uma metáfora ao preconceito e a opressão das classes minoritárias. Em Lanterna Verde/ Arqueiro Verde (Roteiro: Dennis O’Neil./ Arte: Neil Adams.) da DC Comics é retratado o tema racismo e drogas em plena década de 1960.
Assim como o gênero HQ, os super-heróis são utilizados diversas vezes para representarem valores morais, sociais e culturais, para representarem ideologias e discutirem assuntos polêmicos sem deixar de entreter com histórias de ação e sem se tornar uma cartilha chata sobre determinado assunto. É preciso porém ter um olhar crítico a tudo e descobrir nas mais despretensiosas formas de entretenimento algo que possa ser uma crítica presente de forma subliminar, indireta, sarcástica ou em metáfora seja em HQs, filmes, series, livros, etc.
Lendo alguns quadrinhos de super-heróis consegui retirar algumas críticas e mensagens que foram facilmente encontradas no enredo, segue abaixo exemplos retirados das HQs* “Superman - Lois & Clark”, “X-Men Deslocados”, “X-Men Deus ama, o homem mata” e “Injustiça- Deuses entre nós: Ano dois”.
(*Encadernados publicados pela Panini no Brasil).










 REFERENCIAS:

BARBOSA, Alexandre. Como usar as histórias em quadrinhos na sala de aula. São Paulo: Contexto. 2004.

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