E ESSE TAL DE SEXISMO? O QUE É? POR QUE PRECISAMOS FALAR SOBRE ELE?




Em uma sociedade normótica, onde várias práticas que ferem aos direitos humanos são aceitos e considerados normais, dualista, patriarcal e etnocêntrica é bem provável que você já tenha ouvido a famosa frase “isso é coisa de...”, algo que usamos sempre para justificar nossos julgamentos e preconceitos, pois bem, esta frase é a preferida quando se trata de sexismo, uma palavra que poucos procuram entender, porém que muitos praticam, conscientes do que ela significa que ou não as pessoas reproduzem uma cultura de senso comum que divide a sociedade em papeis e rótulos aos quais somos obrigados a seguir para sermos considerados homens ou mulheres, padrões que impõe uma maneira de ser, de agir, de pensar, de viver. E isto é bom ou ruim? Isto deveria ou não existir? Afinal quem ditou as regras? Quem escolheu o que é coisa de pobre e de rico, de homem e de mulher, de gente elegante e deselegante? Isto me faz lembrar aquela bela canção de rock da banda Pitty que diz “quem dividiu o tudo em dois?”.
            Em nosso cotidiano reproduzimos o pensamento sexista em que julgamos, reduzimos alguém ou excluímos pelo gênero sexual da pessoa, o sexismo é uma limitação e um comportamento presente em toda sociedade cuja ignorância prevalece sobre o pensamento crítico. De acordo com o dicionário Houaiss a palavra sexismo significa “atitude de discriminação baseada no sexo”, ou seja, são estereótipos de género. Quando dizemos algo do tipo “lugar de mulher é na cozinha”, “bola não é coisa de menina”, “só pode ser mulher no volante”, “isso é coisa de mulher!”, “homem não chora” estamos agindo de forma sexista, discriminando ou reduzindo a capacidade de alguém pelo seu sexo, oprimindo pessoas ou limitando-as em suas potencialidades porque ela não está de acordo com o estereotipo que uma cultura impõe aos gêneros sexuais sem ao menos se dá conta de que não existe uma unanimidade do que é ser homem ou mulher já que há uma diversidade de culturas e pensamentos que mudam de acordo com o tempo e o espaço.
            Caro leitor, você poderia estar se perguntando, “e qual a importância disto na prática?”. Falar de sexismo em nossa sociedade não é só uma questão de expor mais uma vez o tema preconceito e discriminação, nem muito menos de dizer que no mundo moderno não existe gêneros, mas sim mostrar que o sexismo é uma forma de repressão e que na prática causa diversos problemas que poderiam ser evitados se as pessoas não estivessem condicionadas e nem obrigadas a agir conforme um determinado padrão para serem aceitos como pessoas. Um exemplo disto são pessoas com grandes habilidades para desenvolverem um determinado trabalho e que acabam não realizando por este ser considerado um oficio que deveria ser de tal sexo. Pais que não acompanham os filhos na escola por achar que a educação é uma obrigação feminina. Mulheres que são julgadas ou discriminadas por estar em cargos de chefia.

            Precisamos compreender que há diversas áreas e atividades nos quais nós seres humanos podemos nos desenvolvermos, que nossas potencialidades não podem ser limitadas a realizar apenas aquilo que é “determinado” para nós, separação de tarefas existiu para organização social, mas o mundo progrediu assim como desenvolveu-se tecnologicamente e tornou-se globalizado. Não podemos permitir que alguém nos limite, que nos dite as regras da masculinidade e da feminilidade, que nos imponha a sua maneira de ser, cada um age de acordo com o que lhe faz bem e cada um se entende como quer, o que te faz ser integro é agir com ética, com moral e com a verdade, sempre que alguém lhe disser “isto é coisa de...” desarme-o completando com “...coisa de gente feliz”.

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