REFLITA


CARÊNCIA


                     Muitas pessoas acham que carência é coisa de quem não tem o que fazer, de desocupado, que se passarmos o dia ocupado não vai ter essa "besteira", eu também pensava assim, e apesar de estar em parte certo, eu ainda estava equivocado, duas vezes equivocado. Uma porque ocupar-se é sim importante, mas só isso não basta e tampouco resolve o problema e outra por achar que que se trata de besteira ou frescura da pessoa. A carência tem uma raiz profunda, ela evidencia a falta de amor próprio, é quando a nossa companhia não nos basta, quando estamos infelizes com quem somos, quando não nos suportamos, não nos sentimos bem conosco, não nos aceitamos, nos sentimos aprisionados em nós mesmos e no mundo, aí procuramos desesperadamente por algo ou alguém que nos liberte e que supra as nossas necessidades emocionais. É aí que mora o perigo, porque a carência vira vicio em algo ou dependência emocional de alguém, acreditamos que não somos capazes de viver sem aquilo, passamos a mendigar a atenção das pessoas, a querer agradar aos outros de qualquer forma, entramos em uma busca desesperada por aceitação e aprovação dos outros, quando na verdade deveríamos estar vivendo pela nossa própria aprovação, pelo amor que sentimos por ser quem somos, por saber que estar com alguém é aportante, relacionamentos são necessários (seja amizade, família, trabalho, namoro, etc), ter algo pra gostar é bom, mas nada se compara a sermos cheios de nós mesmos, e no bom sentido. A carência deve ser resolvida conosco mesmo, através do nosso autoconhecimento, deixar essa tarefa para alguém ou algum vicio é um abate da nossa liberdade.

(Texto by: Rui Sampaio - O Poeta Amargo)

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